sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Festa popular é realizada há 327 anos

No mês de janeiro é realizada em Campos dos Goytacazes a festa em homenagem a Santo Amaro, padroeiro da cidade. Além das atividades religiosas, a principal atração é a Cavalhada, feita no Brasil há 327 anos. A festa é realizada no dia 15 de janeiro e reúne cerca de 40 mil pessoas a cada ano, contribuindo para a manutenção de um dos principais patrimônios históricos da cidade. Mas existem núcleos de cavalhada, tamtém, em São Martinho e São Sebastião.


A cavalhada representa a luta entre Cristãos e Mouros, constituída há 1500 anos. O duelo acontece por causa do amor que o Rei Mouro sentia pela filha do Rei Cristão. Este não aceitava que sua filha se unisse a um homem que não tivesse a fé cristã. No combate, os Cristãos saem vencedores, demonstrando lealdade e bravura, pois eles  de orogulham de terem lutado contra as invasões islâmicas na Península Ibérica, durante o século VIII.


A primeira Cavalhada em Santo Amaro aconteceu no dia 15 de janeiro de 1736, sendo hoje uma das poucas a serem realizadas no Brasil, segundo registro encontrado no Arquivo Público de Campos, instalado no Solar do Colégio, próximo da localidade de Tocos. A encenação foi trazida para Campos pelos monges beneditinos e permanece, ainda, com as mesmas características.


Participam da cavalhada, seguindo a tradição, 24 cavaleiros posicionados de um lado do poente. Os 12 cavaleiros que representam os Cristãos são vestidos de azul e os 12 representando os Mouros se vestem de vermelho. Além das roupas também há o cuidado como os cavalos, que tem suas patas pintadas, além de usarem plumas na cabeça e metais polidos.

Durante o desenvolvimento da luta, os cavaleiros mostram sua destreza na montaria. E são várias as provas, como a da argola e dos potes de barro pendurados num travessão. Depois da “luta”, em sua representação simbólica, os cavaleiros se confraternizam em nome da tradição.


Antes, há o cerimonial das bandeiras e as benções dos participantes pelo pároco da Igreja de Santo Amaro. A cavalhada é tombada como patrimônio imaterial pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal.